Trabalho precoce, futuro mais pobre!

No Brasil, o trabalho infantil é proibido por lei. Só pode trabalhar quem tem mais de 14 anos, na condição de aprendiz e durante poucas horas por dia, para que isso não atrapalhe seus estudos. Antes de completar 18 anos, ninguém pode trabalhar depois das 10 horas da noite, muito menos em lugares perigosos. Infelizmente, a lei está longe de refletir a realidade do Brasil.
Um relatório recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que há mais de 5 milhões de jovens trabalhando no país, sendo quase 3 milhões em situação irregular: muitos deles trabalham como escravos ou para pagar dívidas assumidas pelos pais. O mesmo relatório indica que esses números vêm caindo desde o início da década de 1990, mas o trabalho infantil não deve acabar até 2015.
Quanto mais cedo a criança começa a trabalhar, menor é seu rendimento médio durante a vida. Não se pode citar uma causa específica, mas imagina-se que isso ocorra porque, ao trabalhar, a criança fica com menos tempo e disposição para estudar e se preparar para alcançar uma melhor posição social na fase adulta.
Veja o que indica o relatório da OIT:
• Crianças que começaram a trabalhar antes dos 17 anos não alcançaram médias salariais superiores a R$ 1.500 até a faixa dos 59 anos;
• Os jovens que começaram a trabalhar após os 18 anos atingiram R$ 2.500;
• Uma pessoa terá 35% a mais de renda durante a vida se não trabalhou antes dos 9 anos;
• Os jovens que não trabalharam antes dos 18 anos podem ter um acréscimo de 85% no rendimento salarial;
• 68,6% dos meninos e meninas entre 7 e 17 anos que trabalham estão atrasados na escola.
A escola tem um desafio: devolver a esses jovens a capacidade de sonhar com o futuro.
Se você sabe de algum caso de trabalho infantil, faça uma denúncia.

OIT/IBGE