Poupar é mais importante do que investir

Quebrar a cabeça para entender se é melhor investir em um fundo de investimento, em títulos públicos ou na bolsa pode ser menos eficiente do que dedicar tempo a pensar sobre como organizar as contas para poupar mais e regularmente. É isso que diz uma máxima frequentemente citada por especialistas em finanças: “poupar é mais importante do que investir”.
Com os juros básicos em um patamar mais baixo, os rendimentos na renda fixa estão menores e já não faz mais tanta diferença em qual aplicação investir. O que vai levar o investidor a ter sucesso é muito mais o hábito de investir do que a escolha entre o produto “a” ou “b”.
Gustavo Cerbasi defende que, além de a renda fixa atualmente só trazer proteção, mesmo quem corre mais riscos na renda variável não tem conseguido altos ganhos. “Só terá ganho diferenciado agora quem pensar fora da caixa. Estamos muito acostumados a colocar o dinheiro em um lugar e esperar que ele renda. As pessoas não ficarão mais ricas fermentando dinheiro nos investimentos tradicionais, é preciso colocar dinheiro em um lugar produtivo”, diz.
Com menores rendimentos, investir regularmente torna-se um critério ainda mais essencial para o sucesso dos investimentos. Mas, não raro a preocupação sobre onde investir vem antes do planejamento sobre como destinar todo mês uma parcela do orçamento aos investimentos.
Ao investir 100 reais por mês durante um ano em uma aplicação que rende 1% ao mês, por exemplo, ao final do período o investimento de 1.200 reais totaliza 1.280,93 reais. Mas, se na mesma aplicação fossem investidos em janeiro 100 reais e apenas em dezembro os outros 1.100 reais, ao final dos 12 meses o investimento somaria 1.223,68 reais, 57,25 reais a menos do que a aplicação feita com aportes regulares.
Para Nicola Tingas, mais do que encontrar o investimento mais rentável do mercado, a melhor proteção do capital para o futuro é o hábito de gastar menos. “A mentalidade de orçamento mais enxuto, dá mais tranquilidade e é o melhor hedge (proteção) para o futuro”, diz.
Ele acrescenta que, para incorporar o costume de viver com menos, é preciso reduzir as expectativas. “Quando não se espera que o fundo trará um recorde de rendimento, ou que o MBA vai alavancar absurdamente a carreira, as coisas são feitas com mais tranquilidade, mais parcimônia, com menos demanda e mais tranquilidade. A satisfação vem mais fácil e existe mais equilíbrio”, comenta o economista da Acrefi.
Até o próximo!
FONTE: http://exame.abril.com.br