94% das mulheres sentem dificuldades para conciliar maternidade e carreira

A profissional que é mãe e volta ao mercado de trabalho, ainda enfrenta barreiras, como o preconceito. A boa notícia é que há maneiras eficazes de lidar com essas dificuldades.
Estudo da CRESCER, feito pelo Departamento de Pesquisa da Editora Globo com 2.887 mulheres, mostra que a profissional que é mãe está segura de seu valor no mercado de trabalho, sente-se menos culpada do que no passado mas ainda enfrenta barreiras, como o preconceito. A boa notícia é que há maneiras eficazes de lidar com essas dificuldades.
Numa sociedade em que 49% dos cargos são ocupados por mulheres, parece não haver sentido discutir gênero no ambiente de trabalho. Nenhuma economia pode prescindir da força produtiva feminina. É certo que ainda não é um mar de rosas. A remuneração da mulher corresponde a 80% do que o homem ganha para desempenhar as mesmas funções.
No topo hierárquico das empresas, a presença das mulheres ainda é minoria. Esses números indicam que há um caminho a ser percorrido para a equiparação de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.
Dados históricos apontam, entretanto, que progressos estão ocorrendo. Há algumas décadas, a diferença salarial entre gêneros era muito maior. Nos anos 80, de acordo com um levantamento dos economistas brasileiros Naercio Menezes Filho e Ana Carolina Giuberti, a mulher ganhava, em média, 68% do que o homem, no mesmo cargo e com formação similar.
A lógica dessa progressão leva a crer que é uma questão de tempo para que as mulheres conquistem oportunidades semelhantes às masculinas, certo?
Errado, infelizmente.
O recorte da maternidade mostra que essa ideia é uma falácia. Várias pesquisas indicam que, no mercado de trabalho, o panorama das mulheres que não têm filhos é bem diferente daquele das que são mães. Um amplo levantamento, realizado em 2006 pela socióloga Louise Marie Routh com profissionais com título de MBA, nos Estados Unidos, mostrou que 36% delas afirmaram ter tido uma interrupção na progressão de suas carreiras depois da gravidez, enquanto suas colegas sem filhos seguiram numa trajetória de promoção e aumento de prestígio.
Se entre homens e mulheres ainda há diferença, entre homens, mulheres e mulheres com filhos a distância entre igualdade de oportunidades é ainda maior.
A chance de uma mulher sem filhos ser contratada é 80% maior do que a de outra, com filhos, e com currículo semelhante. Funcionárias com filhos ganham, em média, US$ 11 mil por ano a menos do que suas colegas de mesmo nível hierárquico sem crianças. Ambos os dados são baseados numa investigação feita com as 500 maiores empresas da revista americana Fortune.
Se os dados econômicos revelam uma situação desconfortável para a mãe que trabalha, é no cotidiano que o drama para equilibrar carreira e maternidade se desenrola em tonalidades que variam, de acordo com a estrutura doméstica e profissional, com a flexibilidade de cada profissão e com a cobrança social e pessoal que cada trabalhadora que é mãe tem de equacionar.
Fonte: https://revistacrescer.globo.com
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