Retrospectiva 2017: os fatos mais importantes para a economia
Ninguém pode reclamar que o ano de 2017 foi monótono. No noticiário de negócios, grandes escândalos se misturaram a dados positivos sobre a economia brasileira, que finalmente dá sinais de melhora. Lembra de tudo o que ocorreu? Relembre tudo o que aconteceu de mais marcante neste ano no Brasil:
PIB volta a crescer (um pouco)
2017 marcou o fim da recessão da economia brasileira. Após dois anos consecutivos de queda, o Produto Interno Bruto (PIB) deve voltar a crescer. As expectativas, contudo, são de um crescimento modesto, em torno de 1%.
Inflação controlada
Neste ano, a inflação deve ficar abaixo de 3% pela primeira vez desde 1998. É certamente um alívio para os consumidores, que estavam cansados das altas de preço após três anos consecutivos de inflação acima de 6%. Mas não é uma notícia tão boa assim para o Banco Central, que terá, num ato inédito, de explicar a inflação abaixo do piso da meta, ou seja, de 3%. No acumulado do ano até novembro, o IPCA (taxa oficial de inflação do Brasil) está em 2,5%. O relatório Focus aponta que a inflação deve encerrar o ano de 2017 em 2,83%.
Mínima histórica da Selic
Diretamente relacionada à queda da inflação, outro ponto de destaque deste ano foi a queda da taxa básica de juros, a Selic. O ciclo de cortes, iniciado em outubro de 2016 (quando a taxa estava em 14,25%), fez com que a Selic chegasse, em dezembro, a 7% ao ano — a mínima histórica desde a adoção do regime de metas de inflação, em 1999.
Mudança da regra da poupança
Por causa da Selic mais baixa, a remuneração da poupança mudou neste ano. De acordo com uma regra que entrou em vigor em 2012, quando a taxa básica de juros está abaixo ou é igual a 8,5% ao ano, o rendimento é de 70% da Selic. Antes, a remuneração era de 6,27% ao ano (0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR), um tipo de juros variável. A nova regra vale somente para os depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.
Reforma trabalhista
Neste ano, o governo também deu sequência a uma série de reformas. Após aprovar em 2016 a regra do teto de gastos, que controla as despesas públicas, o governo Michel Temer conseguiu aprovar a reforma trabalhista. A medida alterou mais de cem pontos da CLT, vários deles bastante polêmicos.
Privatizações
Outra notícia de destaque para a economia brasileira foi o lançamento do pacote de privatizações. Em agosto, o governo anunciou que 57 projetos serão incluídos no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Na tentativa de estimular a economia e obter receitas para ajudar a fechar as contas públicas, estão na lista 14 aeroportos, 11 blocos de linhas de transmissão de energia elétrica, 15 terminais portuários, rodovias e empresas públicas como Casa da Moeda, Companhia Docas do Espírito Santo, Casemg e CeasaMinas. Outro movimento, que era muito esperado pelo mercado, foi o anúncio da privatização da Eletrobras. A estimativa é que a venda irá trazer aos cofres da União R$ 7,7 bilhões, embora o mercado projete algo em torno de R$ 15 bilhões.
Crise fiscal nos estados
A recessão pela qual o país passou nos últimos anos escancarou a má saúde fiscal de alguns estados brasileiros. O Rio de Janeiro chegou a deixar de pagar os salários de funcionários públicos por meses. Em dezembro, pelo menos cinco estados do país não pagaram em dia o 13° salário dos servidores: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe.
Saque do FGTS
Publicada em dezembro de 2016, uma medida provisória liberou o saque de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Isso fez com que muita gente tivesse um alívio (ao menos financeiro) nesse ano. Segundo o Ministério do Planejamento, o saque das contas inativas injetou R$ 44 bilhões na economia e beneficiou 25,9 milhões de trabalhadores. Esse dinheiro deve gerar contribuição positiva de 0,61 ponto porcentual no PIB de 2017.
Planos econômicos passados a limpo
Depois de décadas, finalmente chegou ao fim a discussão sobre o pagamentos de perdas ocorridas na caderneta de poupança em função dos planos econômicos dos anos 80 e 90. Um acordo entre Advocacia-Geral da União (AGU), representantes de bancos e associações de defesa do consumidor foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e deve afetar cerca de 1 milhão de processos sobre o tema em todo o país. Mas atenção: o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) já alertou para tentativas de fraude usando o acordo como pretexto.
Bitcoin se aproxima de US$ 20 mil
Criado em 2008, o bitcoin entrou definitivamente no debate público neste ano. A criptomoeda, que iniciou o ano valendo em torno de US$ 1 mil, chegou perto dos US$ 20 mil em dezembro. Conhecida, contudo, pela volatilidade, a cotação da moeda caiu bastante nas últimas semanas do ano (em 26 de dezembro, ela valia US$ 15,6 mil). Mas o mais importante talvez não tenha sido a valorização do bitcoin, mas o quanto as criptomoedas ganharam espaço e se consolidaram no ano. O bitcoin já estreou em duas bolsas de futuros nos Estados Unidos, e outras criptomoedas, como o Litecoin, também apresentaram valorização significativa em 2017.
Até o próximo!
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