O conflito entre consumir ou poupar

Consumir faz parte da vida, não é mesmo? E poupar?
Diante desse dilema, o que devemos fazer?
Renunciar ao consumo hoje e poupar para o futuro? Ou consumir hoje, sem pensar no amanhã?
Talvez uma dica valiosa seja consumir com consciência e prudência. Precisamos saber distinguir os nossos desejos e as nossas necessidades.
Os desejos podem tornar o nosso consumo exagerado. No impulso da realização dos nossos sonhos, como a compra de uma bolsa nova, do tênis da moda ou quem sabe, do celular mais moderno, podemos contribuir para um consumo demasiado e principalmente desnecessário.
Dessa forma, nosso consumo acontece de forma desmedida, consumimos sem pensar na escassez dos recursos e no meio ambiente, sem contar no endividamento que um gasto excessivo e não planejado pode gerar para a nossa família.
Os discursos publicitários estão prontos para persuadir e seduzir os consumidores, especialmente as crianças e os adolescentes. É nesse momento que muitos desejos são criados em nossa imaginação. A partir daí, incorporamos a necessidade de adquirir produtos e serviços, que até então, eram desnecessários. Passamos a acreditar que sem eles a nossa vida não será confortável e tão prazerosa.
Os incentivos ao consumos são constantes! Como não cair em tentação?
Abdicar do consumo para poupar não é uma tarefa fácil, eu diria que para muitas pessoas, poupar é um sacrifício. Não é fácil adiar a satisfação de um desejo ou a realziação de um sonho. Porém, renunciar ao consumo hoje, pode representar um consumo maior no futuro e um acúmulo de reservas necessário para assegurar uma qualidade de vida.
Atenção! Não estamos afirmando que as pessoas que desejam são consumistas, ou que não devemos consumir. Estamos falando do consumo desenfreado e suas consequências.
O consumismo pode aumentar o endividamento e a inadimplência. Por isso, é preciso planejar as nossas ações, principalmente quando elas influenciarão a nossa estabilidade financeira. Não podemos esquecer que no futuro precisaremos de alguma reserva, por isso a importância de poupar e investir.
Os consumidores encontram muitos facilitadores para conseguirem comprar os bens desejados (cheque especial, cartão de crédito, financiamento e leasing, etc). Portanto, é preciso ter cautela para que a realização de um sonho, não se transforme em um pesadelo.
Não podemos esquecer que as nossas necessidades são limitadas. E os nossos desejos?
Que tal fazer um exercício?
Você sabe diferenciar os seus desejos e as suas necessidades?
Liste os três últimos produtos que você comprou. Foram itens que estão relacionados aos seus desejos ou às suas necessidades?
Num momento em que nunca se ouviu falar tanto em desenvolvimento sustentável, parece démodé falar em consumir sem consciência.
No Brasil, ainda não é comum falar de Educação Financeira, as crianças crescem aprendendo a consumir, não são instruídas para poupar.
Ainda não temos o hábito de planejar as nossas ações e fazer um orçamento doméstico. É por isso que destaco o papel fundamental da Educação Financeira no desenvolvimento de crianças e adolescentes, pois esse conhecimento refletirá no futuro, em suas decisões de consumo e investimento e consequentemente numa vida financeira saudável.