É hora de se preparar para 2014

Estamos encerrando um ano que provavelmente ficará marcado na história como o ano da virada. Não aquela virada de mesa para vencer o jogo, para reescrever a história para orgulhar nossos netos. Foi um ano para ficar naquele cantinho das coisas ruins da memória. Aquelas que nos dão vergonha e que não queremos contar nem num papo de boteco. Um ano em que empobrecemos.
Foi em 2013 que nosso homem mais rico, aquele que garantia que seria o maior do mundo, saiu da lista dos bilionários. Com a queda das empresas de Eike Batista, veio abaixo o Índice Bovespa, o otimismo dos brasileiros, a opinião pública sobre a condução macroeconômica, o real perante o dólar e qualquer percepção positiva de investidores estrangeiros. Para o futuro, especula-se que venham abaixo a nota de crédito do país, os mercados imobiliários, o emprego e o consumo, caso a inflação não caia antes disso tudo. Especialistas cogitam também a queda do grau de investimento do país.
Neste ano, brasileiros no exterior passaram a ser questionados sobre a cubanização que a economia vem sofrendo, sobre por que a Copa não gera surpresas positivas, sobre o que queremos com os protestos e quebra-quebras. Ah, os protestos! O ano de 2013 foi aquele em que a população saiu às ruas, mas voltou para casa com medo de apanhar – da própria população. O povo está inconformado com a metástase da corrupção.
Mesmo com juros em alta, não conseguimos atrair capital estrangeiro, nem segurar aqui algumas de nossas grandes fortunas. O investidor só aceita investir no Brasil em troca de grandes lucros, e pressiona mais ainda nosso custo-país. Disseminamos a imagem de um país que não conclui seus projetos, do semiabandonado PAC e do Comitê da Copa – sim, a Copa, esse evento que nasceu com a meta de não dar errado, e não de dar certo. Talvez tenhamos algo em torno de 75% de sucesso nesse objetivo. Isso se não ocorrerem outras tragédias como o desabamento do Itaquerão que ocorreu recentemente.
Não estou tentando pregar o pessimismo. Esses são os fatos, o cenário sobre o qual devemos planejar nossos investimentos para 2014. Começa um ano fraco para a economia, com eleições e as dezenas de pseudoferiados que virão com a Copa do Mundo. Os negócios em geral sentirão o abalo. Será um ano provavelmente bom para especuladores e investidores mais ativos. Ruim para os demais. Será um ano para ver o patrimônio crescer com segurança na renda fixa, tentando driblar a inflação. Liquidez é a palavra de ordem, para aproveitar eventuais oportunidades que surgirão com a ressaca nos mercados de renda variável e nos imóveis. Não sei ainda se poderemos chamar de um ano de crise, já que será um ano de festa no esporte. Sem dúvida, ganhará quem estiver atento às oportunidades e com dinheiro na mão.
Até o próximo!
FONTE: www.maisdinheiro.com.br